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"CEO de curso": o papel do coordenador na gestão da sua Unidade de Negócios

  • Foto do escritor: Bruno Barreto
    Bruno Barreto
  • 24 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de jun.

Tradicionalmente, o coordenador de curso é visto como o guardião da excelência acadêmica, o mentor dos professores e o suporte dos alunos. No entanto, há muitos anos, o mercado exige uma evolução constante dessa figura. Para prosperar, o coordenador precisa transcender o papel puramente acadêmico e assumir a função de um gestor de unidade de negócios.


Cada curso em uma IES pode, e deve, ser encarado como uma unidade estratégica, com suas próprias metas, desafios e oportunidades. A sustentabilidade de uma instituição não reside apenas na sua marca ou na sua infraestrutura geral, mas na saúde e performance de cada um de seus "produtos": os cursos. Para isso, cada curso precisa ser sustentado por um tripé inabalável:1)  Excelência Acadêmica, 2) Captação e Retenção de Alunos, e 3) Sustentabilidade Financeira.


A atividade de um coordenador com a dinâmica atual do setor vai além da grade curricular. Ele precisa entender a saúde financeira de seu curso, o custo de cada aluno, a margem de contribuição e o impacto que um curso deficitário gera no balanço geral da IES. A ausência dessa visão acarreta um ônus não apenas para a instituição, que precisa subsidiar cursos com má performance, mas também para os cursos superavitários, que carregam a  insustentabilidade de outros.


O coordenador deve ser formado e empoderado como um líder estratégico, capaz de olhar para o curso com a lente de um CEO, onde cada decisão acadêmica ou operacional tem um impacto direto no resultado final.





7 Pontos chaves para o Coordenador-Gestor de Unidade


Para transitar com sucesso para esse novo perfil, o coordenador de curso deve dominar e aplicar os seguintes pilares:


  1. Excelência acadêmica como diferencial competitivo  A qualidade do ensino continua sendo a base. Contudo, essa excelência deve ser vista como um "produto" a ser constantemente aprimorado e diferenciado no mercado. Isso envolve não só o Projeto Pedagógico do Curso e o corpo docente, mas também a metodologia, a infraestrutura de apoio e a conexão com as demandas do mercado de trabalho. Um curso de alta qualidade é a melhor ferramenta de empregabilidade de seus egressos e de marketing e retenção para a IES.


  2. Visão estratégica na captação de alunos: Embora a captação seja responsabilidade direta do marketing da IES, o coordenador é um ator indireto de peso. Como especialista da área e gestor do curso, ele deve atuar subsidiando a equipe de captação. Isso significa fornecer informações detalhadas sobre o público-alvo ideal, o perfil do aluno que se adapta melhor ao curso, os diferenciais pedagógicos e de empregabilidade. Essa inteligência de mercado vinda da "ponta" é vital para campanhas de marketing mais assertivas, atraindo os leads mais qualificados.


  3. Gestão ativa da permanência: A retenção é uma responsabilidade direta e crucial do coordenador. Ir além do acompanhamento de notas e faltas significa criar um ambiente de acolhimento e engajamento. Conforme evidenciado por estudos sobre evasão, alunos não abandonam faculdades por grandes razões, mas por um acúmulo de pequenas insatisfações. Isso abrange desde a promoção da integração acadêmica e social, a identificação precoce de dificuldades (acadêmicas, financeiras, pessoais), a oferta de programas de nivelamento, tutoria, apoio psicopedagógico e até mesmo a flexibilização de horários ou negociações financeiras. O coordenador deve ser o catalisador de ações proativas para manter o aluno engajado e comprometido com a instituição e seus objetivos.


  4. Cultura de sustentabilidade financeira do curso: O coordenador precisa ter acesso e compreender os indicadores financeiros do seu curso: receita por aluno, custos fixos e variáveis, ponto de equilíbrio e margem de contribuição. Cada curso deve ter sua própria meta de sustentabilidade financeira, garantindo que sua operação se pague e contribua positivamente para o caixa da IES. Isso incentiva uma gestão mais eficiente de recursos e evita que o curso se torne um peso para a instituição.


  5. Análise de mercado e inovação contínua: Um coordenador-gestor está com o "olho no mercado". Isso implica analisar o produto (o curso) frente às necessidades e tendências, acompanhar a tecnologia da área, inovar na grade e nos projetos, e monitorar o índice de empregabilidade dos egressos. Estar atento à concorrência e buscar diferenciais constantes garante a relevância e atratividade do curso a longo prazo.


  6. Gestão de pessoas e desempenho da equipe: O corpo docente é o coração do curso. O coordenador precisa ser um líder inspirador, treinando, capacitando e cobrando resultados dos professores. Isso inclui garantir a qualidade da entrega do conteúdo, a assiduidade e pontualidade, e o engajamento na relação com o aluno. Uma equipe motivada e alinhada com os objetivos da unidade de negócios reflete diretamente na satisfação e retenção discente.


  7. Decisão baseada em dados (Data-Driven): Monitorar indicadores de evasão (notas, faltas, inadimplência, reclamações), o desempenho acadêmico, e os resultados das avaliações institucionais é fundamental. Criar um plano de ação contínuo a partir desses dados, como uma "régua de evasão" com etapas de alerta e perigo, permite intervenções rápidas e eficazes, minimizando perdas e otimizando a gestão do curso como um todo.

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Conclusão: o novo paradigma para coordenações de cursos


A transição do coordenador de curso para o papel de gestor de unidade de negócios não é apenas uma tendência, mas uma necessidade imperativa para a saúde e competitividade das IES. Ao abraçar esse modelo, o coordenador se torna um pilar central na estratégia da instituição, conectando a excelência acadêmica à performance financeira e ao sucesso do aluno. Esse paradigma fortalece cada curso individualmente, assegurando que o tripé da excelência, captação/retenção e sustentabilidade financeira seja a base para o crescimento robusto e duradouro de toda a organização.


Você, mantenedor, reitor ou executivo da educação, está pronto para empoderar seus coordenadores e transformar cada curso em uma unidade de negócios próspera?


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